Obrigado por ser vulnerável

Ontem assistimos o documentário Gaga: Five Foots Two. Um daqueles que faz você aprender muitas coisas sobre sobre você mesmo, como por exemplo: que ninguém é perfeito e cada um passa por desafios diferentes nessa vida.

Ver a Lady Gaga mostrando a sua verdadeira face e como ela enfrenta os desafios de saúde física e emocionais da sua vida, ao mesmo tempo que leva a integridade como pessoa, sem máscara e dando um foda-se para o que os outros pensam, poxa, foi mais uma libertação.

E isso me fez perceber como as relações humanas têm se transformado a cada dia por conta da vulnerabilidade – nossa e dos outros.

Conheci pessoas maravilhosas, excelentes profissionais, amigos e até clientes que não possuem medo de viver o verdadeiro “eu”, mesmo que no mundo profissional. Isso não significa ser sincero, arrogante ou mal-educado, mas ser honesto consigo mesmo ao se posicionar em decisões bilaterais que envolvem o seu ser.

Ser vulnerável me permitiu aprender mais sobre os meus defeitos, traumas e personalidade. Consegui conhecer, ter empatia e confiar mais em pessoas que foram vulneráveis comigo.

Muita gente enxerga a vulnerabilidade como um sinonimo de fraqueza, de não-proteção de si mesmo, o que não é o caso. Ser volunerável é se abrir de verdade, não ter vergonha, em uma conversa com alguém ou num público maior, onde você se permite contar a sua verdadeira história.

Um bom exemplo foi uma das últimas reuniões que participei, com uma equipe grande, onde todos tinham quatro minutos para se apresentar . Pude ver, ali, o quanto pessoas incríveis não tiveram medo de expor a sua história e os seus momentos mais difíceis.

Ao mesmo tempo, vi alguns jovens mais novos que eu, cheios de energia e personalidade, mas com aquela velha tática de “vou vestir uma máscara aqui” para impressionar as pessoas e, ao mesmo tempo, esconder os seus medos e fraquezas.

Foi nesta apresentação que perdi totalmente o medo e contei a minha história – mesmo que gaguejando – sobre o que que aprendi com os meus “traumas” e o que me faz feliz hoje em dia. Sabia que dali podiam surgir julgamentos, mas que mesmo assim, seria uma oportunidade de todos descobrirem quem eu era de verdade.

Mais tarde, depois desta apresentação, um dos meninos mais jovens que se apresentou, me chamou de canto e me falou “você não deveria se expor para a equipe dessa forma. Você não pode confiar nas pessoas que trabalham com você”. E levei alguns minutos para explicar pra ele que, depois dos 30 anos, a gente já não gasta mais tanta energia com esse cuidado do “status”.

Acredito que hoje as pessoas saibam quem você é não pelos desafios que voceê passa, mas sim pelo quão educado, honesto, colaborativo, alegre e divertido você é com todos. E, acima de tudo, a qualidade e o resultado que você entrega.

Depois disso, ouvi um “obrigado por ser vulnerável”, da pessoa mais experiente, mais estudada e que, não por acaso, ocupava o cargo mais alto da liderança naquele workshop. Essa frase me fez refletir muito, e tranquilizou o meu coração em relação às vezes em que “ser você mesmo” podem ser sido momentos de que talvez você tenha passado vergonha.

Não existe problema nenhum nisso. O seu defeito faz parte da sua estrutura como entidade nesta terra e isso está completamente perfeito.

Nunca tive muita paciência (tempo) para usar as máscaras que o mercado exige que usemos. Já vi palestrante no palco, junto comigo, dizendo que devemos “matar a nossa concorrência”, e rebati, logo em seguida, ao abrir a boca no microfone de um evento lotado dizendo “que tal entregar um servicço melhor do que oda sua concorrência?”.

“Ser vulnerável deixa o estático fora do caminho e nos faz fazer o trabalho juntos, sem se preocupar ou hesitar”, diz o pesquisador de vulnerabilidades Jeff Polzer.

Ainda existe muito dessa cultura selvagem de fazer negócios, de “acabar com o adversário”. De tratar os concorrentes e pessoas que não são suas parceiras, como animais que podem morrer a qualquer momento. Há, ainda, pessoas que pensam assim em relação à membros dentro da própria equipe.

Acredito que juntando a vulnerabilidade e mindfullness, onde você pensa antes de falar, é um caminho excelente para se aceitar e não ter medo de quem você é como pessoa. Sem arrogaância, mas com autenticidade e auto-confiança.

Porque auto-confiança, é considerado como sexy nos dias de hoje.

Portante, vale a pena se proteger, sim. Tanto fisicamente como emocionalmente, para não se machucar. Mas quando tratarmos de relações humanas, que sejamos vulneráveis ao ponto de permitirmos ser nós mesmos.

Obrigado por ter contato a sua história.
Obrigado por me inspirar.
Obrigado por ser vulnerável.

Mais conteúdos sobre o tema:
– How showing vulnerability helps build a stronger team https://ideas.ted.com/how-showing-vulnerability-helps-build-a-stronger-team/

– Brené Brown: The power of vulnerability | TED Talk

– Why Vulnerability Is So Important

Sobre Gustavo Santi

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2 respostas para Obrigado por ser vulnerável

  1. Bia Ribeiro disse:

    Concordo totalmente! Mostrar-se vulnerável não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem.

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