Ficar triste por algo que nem é seu, não é legal. Perder a esperança também não. Mesmo que o cenário político mundial não seja dos melhores, não vale a pena gastar energia ao entrar em debates desnecessários.
Tenho voltado mais atenção para os estudos, leitura e, se for pra falar sobre política, que seja numa boa conversa olho no olho com alguém que tenha a cabeça aberta.
Essa coisa online é desgastante. É um grande desafio quando você abre o Facebook e lê uns comentários que te dão vontade de vomitar. Dá um trem dentro da gente.
É preciso segurar os dedos pra não começar uma discussão online. O que é um desperdício de energia sendo que, na sua maioria, dificilmente vai ter um fim onde os dois lados chegam num acordo.
As pessoas são diferentes, vivem realidades diferentes e só irão mudar por si só. Não adianta querer impor o seu ponto de vista, mostrar dados, utilizar bons argumentos, fontes e “notícias”.
As pessoas só mudam de opinião se elas forem lá e enxergarem com os próprios olhos, sentirem com as próprias mãos. Porque a realidade no mundo pode ter sempre dois lados pra quem os vivencia.
O que aprendi é que não podemos mudar uma pessoa, mas podemos mudar a forma como nos relacionamos com ela. Isso nós podemos!
Aprendi que, se você não vive em comunidade, você não pode querer interferir na vida de outras pessoas que você nem conhece.
É como morar em um condomínio e votar “não” pra construção de uma rampa de acesso sem conhecer o seu vizinho idoso ou cadeirante.
Já passou a era em que ler um jornal te faz sábio. Isso é conhecimento explícito. É uma coisa que “todo mundo” sabe, que faz parte do status-quo da sociedade.
Diferente do conhecimento tácito, que é mais valioso, onde o indivíduo adquire ao longo da vida pelas experiências que ele passa na sua existência. É ago difícil de explicar. É quando você vai lá e vive aquela realidade que o “jornal” não consegue repassar pra sociedade.
Abraçar as pessoas, tocar na pele e ter um contato vida a vida com o mundo é tão importante quanto ler um jornal para ter uma visão de mundo. Nem que seja na sua igreja, na sua comunidade, na sua casa.
É preciso conversar olho no olho. É preciso se colocar no lugar do outro.
Um dia, um comissário de bordo me falou, empinando o queixo “conheço o Brasil do Oiapoque ao Chuí e sei do quê ele precisa!”. Desviei a discussão sobre política na hora. Olhei pra ele fazendo um gesto de respeito com a cabeça – elevando o seu ego e soberania – mas pensando “Então tá bom, viado”.
Eu também conheço o Brasil do Oiapoque ao Chui e nunca me gabei por isso. Tive a oportunidade de trabalhar muito perto de pequenos empresários das periferias aos grandes centros urbanos do Norte, Sul, Centro e Nordeste (Recife, te amo!).
E nem foi esse empreendedorismo de palco onde muitos vão lá só pra fazer uma palestra e turismo nessas cidades. Pude ter o contato trabalhando com essas pessoas lado a lado.
Peguei avião, busão, barco e até mototaxi para estar com pequenos empresários nas mais diversas quebradas deste País. E me lembro muito bem quando tive que levantar o capacete e mostrar o meu rosto ao entrar em uma das comunidades de João Pessoa, porque quem manda lá, é o tráfico armado.
É triste escutar de alguém que só frequenta hotéis cinco estrelas e restaurantes caros dizer que sabe o que o nosso Brasil precisa.
Mas é possível ignorar, não gastar energia com isso e, ao invés de querer vencer um debate, ser a mudança que este mundo precisa.
Depois de passar por um momento de tristeza com a política, eu decidi viver. Viver mais tempo fora do mundo online. Garantir ao menos um “bom dia”, um sorriso sincero, para o maior número de pessoas por dia, mesmo que muitas delas não respondam ou pensem que você é louco.
Nos últimos tempos, aprendi que não vale a pena ficar triste, chorar e perder a esperança com tanta notícia ruim. Porque a vida é muito curta pra gastar tempo discutindo e deletando pessoas que tenham opiniões diferentes da nossa.
É preciso respeitar, não baixar o nível. É preciso aceitar as diferenças dos mundos paralelos.
Sinto que essa guerra mundial da informação vai continuar por um bom tempo. Por isso desito. Cessar-fogo! Não debato mais. Só compartilho coisas boas, e ponto.
Inclusão radical é aceitar o desconhecido, onde todos são bem vindos. Desde que se prevaleça o respeito, sem insultos, de ambos os lados.
Em tempos de ódio a melhor arma é o amor.
Dá até saudades de quando o voto era secreto. A vida fica mais leve quando nós passamos a atuar, dia após dia, para SER algo ao invés de querer TER razão sobre tudo.
Vida que segue 🙂
Isso; A gente não precisa brigar para ter razão, embora possa fazer força para ser racional.